|termos que me deram insights|
Etimologia: Latim proximus, que significa “próximo”.
Em uma das aulas da professora que mais tenta enfiar conceitos na nossa cabeça, eu acabei ouvindo esse termo, admito que estava quase dormindo ouvindo ela falar coisas repetidas (ela me tira uns bons anos de sanidade às vezes fazendo isso) até ouvir isso e parece que os meus olhos lembraram que eles têm que ficar abertos.
É, basicamente, um termo criado por Edward T. Hall, na década de 1960, que fala sobre o espaço que criamos em interações diárias.
A proxêmica analisa como a distância física entre as pessoas é significativa nas comunicações e relacionamentos, influenciando como interagimos socialmente, culturalmente e emocionalmente.
Vai, é bem interessante.
Esse cara aí, discutiu como as diferentes culturas utilizam o espaço de maneira variada, influenciando comunicações e interações. E não consegui pensar em outra coisa se não o grande abismo de diferença entre as interações de brasileiro e gringos (generalizei legal agora, mas é muito bom colocar o Brasil como protagonista desse jeito então vou relevar isso), o que é bem engraçado, porque acredito eu que até o brasileiro mais introvertido/tímido interage melhor que muito gringo. É algo tão enraizado na nossa cultura, que não tem como contestar e ficar chocada, é muito natural e condizente com o ambiente que criamos.
Nas pesquisas dele, destacou bastante sobre as “zonas pessoais” que as pessoas naturalmente criam entre si, variando entre espaços íntimos, pessoais, sociais e públicos. Fiquei um pouco chocada quando ela disse sobre elas, porque mesmo sem saber que elas existiam, eu já sabia (kkkkkkk). Confuso? Não sei explicar, eu só venho tendo ciência delas a um tempo e ando brincando com isso, testando como essa invasão me afeta e como me fechar influencia as minhas relações com as pessoas, sem nem saber que isso foi uma ideia formalizada por alguém (coitada se achou A criativa).
Só para explicar mais ou menos esses tipos de distância
A distância íntima, é a que normalmente namorados se encontram quase sempre já que estão tão próximos que o contato físico é quase obrigatório, mas não é uma distância que exclui nós mortais solteiros, é uma distância onde da para sussurrar e é aquela proximidade incomoda num ônibus porque não tem espaço e qualquer movimento te obriga a encostar em desconhecidos sem querer, depende do horário e onde você tá no ônibus né, mas deu para entender (esse exemplo, parando para pensar agora, talvez seja confuso quando ler os outros tipos, MAS É LITERALMENTE ISSO!).



A distância pessoal é aquela que dá para perceber que tem como se fosse uma pequena esfera de proteção pessoal ou uma bolha protetora, não é longeee, mas não é colado, é o que eu gosto de chamar de distância respeitosa com as minhas amigas onde a pessoa é alcançável caso queira invadir um pouco mais o espaço dela, mas não de forma exagerada. Além disso, tem o ponto de que existe essa possibilidade de invasão, por que existe alguma relação entra as pessoas e esse vínculo permite que essa bolha seja estourada.




P.S.: Lembrei enquanto escrevia que tinha um personagem que falava muito “respeita meu espaço pessoal!” mas não conseguia descobrir quem era de jeito nenhum, ai eu tava ouvindo música e lembrei que era o mordomo de Violetta KKKKKKKKK tá aí um insights de alguém que consome coisas demais e lembra das coisas mais aleatórias.
A distância social é aquela que você tem com algum colega de trabalho… hmmm boa palavra para definir, é literalmente a distância que a gente tem com qualquer colega (porque não é um desconhecido total, tem um certo envolvimento, mas não chega a ser um amigo). Ninguém toca ou espera tocar a outra pessoa obviamente, seria bem estranho (e falso até) se aquele colega de trabalho que você secretamente não gosta tocasse em você no meio de uma conversa só porque ele entendeu que o tom descontraído da conversa num ambiente de trabalho muda o que vocês são um para o outro (eu imagino dessa forma né, por favor que eu não esteja louca). É também uma distância muito comum para pessoas que participam de uma reunião social informal.



Outro ponto que acabei pensando ao ver as fotos foi que, na prática, essas distâncias são mais não ditas do que realmente físicas. Obvio que são visíveis, mas a maioria é algo que você inconscientemente insere na situação e existe um consenso entre ambas as partes dentro da situação que entendem os limites que acabam não sendo necessariamente colocados (fisicamente), por isso eu vejo algumas outras distâncias e penso que no social também podem existir, mas vai ter um adicional que já ta na memória coletiva que não é comentado, mas ta ali sempre.
Agora para fechar:
A distância pública é aquela que passa por várias mudanças sensoriais importantes na transição das distâncias pessoal e social para a distância pública, acredito eu que isso é por que nessa distância as partes não se conhecem, ou seja, uma distância para desconhecidos, talvez até sugira uma forma de reação de fuga por te dar abertura de meter o pé caso se sinta ameaçado de alguma forma. É a distância em que se emprega um discurso formal ou só bem respeitoso (pensei em um exemplo bem específico: quando suas tias apresentam as amigas delas (kkkkkkkk ai que aleatório, é que aconteceu recentemente)). Comum em aulas tipo palestra, onde os professores ficam dentro dessa distância e é a distância que a Gaga cagou quando se enfiou no meio do público carioca recentemente (KKKKKK mentira, exagerei).


Relação entre a proxêmica e a arquitetura
Hall também falou bastante sobre como o espaço e forma que ele foi arquitetado influencia nossas interações. Ele percebeu que o jeito como os ambientes são organizados (tipo a posição dos móveis ou o tamanho dos espaços, etc.) muda bastante a forma como as pessoas se relacionam.
Por isso a proxêmica acaba ajudando a entender como dá pra planejar ambientes que incentivem certos tipos de interação social e como as pessoas se sentem e agem dentro deles.
Ele foi bem a fundo nessa pesquisa viu. Tudo isso é bem explicado no livro A Dimensão Oculta, que pelo jeito virou leitura obrigatória pra quem estuda arquitetura, mas ninguém falou sobre ele ainda então não sei se vou ler isso. Foi um tema interessante de ir atrás pesquisar, e bem engraçado quando percebo que venho me dando conta dessas bolhas cada vez mais no meu dia a dia e casou essa reflexão com um simples termo que a professora soltou naturalmente no meio da aula.
Para finalizar, o Hall destaca que tudo o que a gente faz está ligado à forma como a gente vive e percebe o espaço, e que as distâncias entre as pessoas dizem muito sobre o nosso comportamento.
É isso, fim da pesquisa por hoje,
Ass: uma arquiteta curiosa em processo de fermentação :)